segunda-feira, 1 de agosto de 2011


Eu me quero de volta.
(Caio Fernando Abreu)
"Só que dessa não se morre. Mas tudo, menos a angústia, não? Quando o mal vem, o peito se torna estreito, e aquele reconhecível cheiro de poeira molhada naquela coisa que antes se chamava alma e agora não é chamada nada. E a falta de esperança na esperança. E conformar-se sem se resignar. Não se confessar a si próprio porque nem se tem mais o quê. Ou se tem e não se pode porque as palavras não viriam. Não ser o que realmente se é, e não se sabe o que realmente se é, só se sabe que não se está sendo. E então vem o desamparo de se estar vivo. Estou falando da angústia mesmo, do mal. Porque alguma angústia faz parte: o que é vivo, por ser vivo, se contrai.''

( Clarice Lispector)

Desabafo


Mais um mês se inicia, mais uma semana, mais uma segunda-feira... É incrível,mas quando estamos sufocados por uma angústia incessante nada parece flluir, tanto faz agosto ou janeiro, segunda ou quinta, tudo se torna a mesma coisa, a monotonia de acordar e dormir sem durante esse meio tempo ter encontrado uma saída, as lágrimas que por vezes da lugar a sorrisos de canto de boca, as palavras vazias que nada dizem e assim um quebrantado coração.
" Será que não tem fim ?" Essa é a pergunta mais corriqueira que traz consigo várias outras indagações e nunca respostas concretas para que tudo isso tenha um término, assim como começou, será que nunca vai acabar? Até quando? E se eu não aguentar? O porque de tudo isso?... Muitos dizem para ter calma e esperar pois nada é pra sempre e existe tempo para todas as coisas, eu sei e acredito, mas por onde anda esse tempo que nunca chega? Sofrer dói, melhor ainda é quando passa, e por que não logo passa?
Não quero mais viver de quases, de perguntas dolorosas, de pessoas pelas quais eu doei todo o meu amor e elas não foram capazes de retirbuir se quer com uma resposta; não quero dormir e acordar sem nada ter tido feito, sem nenhuma surpresa, sem nenhum amor;não quero mais esse mundo vazio que insiste em me acompanhar, não quero, não quero, não quero...
E se me perguntarem o que eu quero tenho logo uma resposta: quero viver e não apenas existir, quero pessoas que ao pedir desculpas elas possam ser capazes de perdoar, quero poder dizer " eu te amo " e receber verdadeiramente de volta, quero dias alegres e motivos para continuar seguindo, quero substituir essas lágrimas de todos os dias por sorrisos motivados a felicitações, será que é tão difícil?
Espero que um dia tudo possa mudar, quem sabe um dia, qualquer dia...


"O sol é um lugar, onde sei que jamais vou alcançar.
Assim como a lua,
A imensidão do mar,
O céu,
O sucesso.
São coisas opostas! Opostas a mim.
As vazes me pergunto quem sou,
E não consigo pensar em nada.
Acho até que é isso que sou, mas aí vem a pergunta:
Isso tudo? Mas será que eu mereço?
Vejo as coisas mudarem,
Um mundo cresce ao meu redor,
O ar entrar frio e seco em meus pulmões
Envelhecendo-me a cada segundo
E eu?
Eu continuo o mesmo.
Se escondendo como se fosse o seu primeiro dia no colégio
E como se esse dia nunca fosse acabar
Com tanta coisa a dizer, a mostrar...
Com tanto potencial, e sonhos
Fantasiando, para acreditar,
Que alguma coisa vale a pena.
Eu sonho tanto, que no final sempre acaba virando pesadelo,
Às vezes vejo as pessoas esperarem tanto de mim
Que fico imaginando a decepção dessas pessoas,
Quando descobrirem que não sou capaz.
Não importa de que, eu não sou."